VALORIZAÇÃO DO TESOURO DOURADO
por Judit Ahely – Idealizadora e palestrante no Projeto Valorize!
Caros leitores, enquanto o Brasil é um gigante mundial na produção de açúcar, é minucioso na produção de mel.
O mel é um açúcar que em sua mais perfeita harmonia, acontecendo com a mais pura magia, resultou em um tesouro!
Sabiam que nos tempos bíblicos, não existia o açúcar? O mel era um elemento da promessa divina à seu povo: uma boa terra espaçosa, onde corriam leite e mel (Is 3,8; Nm 14,8; Dt 6,3; 11,9; 26,9; 26,15; 27,3).
E, no antigo Egito, os faraós partiam para outro mundo carregados de mel. Arqueólogos modernos encontraram uma vez ou outra nas antigas tumbas egípcias vasilhas de mel de milhares de anos que estavam perfeitamente conservadas.
Nosso país é o 11º produtor mundial. Estimamos estar entre os primeiros. O maior produtor é o Paraná. O Sul representa 38% da produção nacional; e o Nordeste, 37%. Quase empatadas, as duas regiões somam 75% da produção nacional. Com a chegada do COVID, o mundo aumentou a demanda por mel, na busca de maior imunidade. Os preços subiram e chegaram a mais de US$ 5/quilo. Com a valorização do dólar, exportar mel é bom negócio.
No ano de 2020, a produção nacional de mel foi da ordem de 52.000 toneladas (aumento de 60% com relação a 2004). Nesse mesmo ano, o Brasil exportou cerca de 46.000 toneladas: 75% aos EUA e 12% à Alemanha. Mais de 88% de sua produção!
O mel brasileiro é de qualidade e puríssimo. A exportação para a Alemanha, país extremamente rigoroso nas análises da qualidade do mel importado, comprova.
Nos dois primeiros meses de 2021, o Brasil exportou 8.891 toneladas de mel natural. O volume é 112,4% superior às 4.186 toneladas do mesmo período em 2019. O faturamento cresceu de US$ 8,121 milhões para US$ 29,151 milhões (358,95%).
Mas o brasileiro consome em média 60 gramas de mel por ano, contra 240 gramas dos argentinos e mais de 1 quilo nos EUA, na Europa e em vários países da Ásia. Apenas 53% do mel é consumido naturalmente na mesa dos brasileiros, cerca de 35% destina-se à indústria de alimentos e 12% vai para a indústria de cosméticos, tabaco e ração animal.
Quem produz mel são abelhas que trabalham muito. Para produzir 1 quilo de mel, são necessários 2 quilos de néctar. Para isso, cerca de 1 milhão de flores são visitadas por 50.000 abelhas. A cada saída, uma abelha visita pelo menos algumas dezenas de flores, para obter cerca de 40 miligramas de néctar. Além disso, as abelhas produzem cera, própolis, geleia real, regulam a temperatura da colmeia, alimentam larvas e garantem a defesa da colmeia. As operárias vivem em média 45 dias. Rainhas vivem de dois a quatro anos.
Nenhum inseto possui, para o ser humano, um simbolismo tão universal e amplo quanto o da abelha. Ele envolve o individual e o coletivo, o temporal e o espiritual. Como coletividade, as abelhas simbolizam organização, disciplina e cooperação.
Até 20 anos atrás, a produção de mel dirigida ao mercado de laticínios era para a produção de iogurtes. A abertura do mercado externo, em 2001, valorizou o mel. O aumento das exportações desabasteceu o mercado de laticínios. Diante disso, o setor de laticínios aprovou no Congresso uma legislação autorizando a utilização de um preparado de mel (água, xarope de açúcar, glicose, mel, conservantes e aromatizantes) nos iogurtes. Isso diminui consideravelmente a qualidade, o sabor e os benefícios por cada gota consumida.
Sugerir o mel na cesta básica? Na alimentação escolar? Precisamos de mais informações para a população sobre os benefícios do consumo de mel puro, independente da demanda de produção cumprir ou não com as toneladas precisas para atender à toda população.
Cada brasileiro precisa almejar e estimar pelo consumo dando prioridade na alimentação e assim acionando o valor ao puro tesouro dourado para a sua saúde!