ESCOVA DE GARRAFA
Callistemon “Imperialis”
Callistemon viminallis
Dr. João Martins Ferreira é Professor Titular da Universidade Paulista UNIP, Pesquisador junto à Universidade de São Paulo, Jornalista e Apicultor – Site: martinsferreira.net – Contato: martins_ferreira@hotmail.com
É comum encontrarmos em muitas regiões brasileiras uma árvore rústica e bastante ornamental, que floresce intensamente, atraindo muitas abelhas para seus ramos com flores vermelhas, os quais se assemelham ao formato de uma escova média simples, como as que se usa para a limpeza e a lavagem interna de garrafas, ou recipientes semelhantes. Devido a esse formato pouco comum na manifestação floral e a analogia criativa que as pessoas fazem a partir do aspecto visual das espigas floridas, essa planta ficou popularmente conhecida pelos nomes “Escova de Garrafa”, ou “Lava-Garrafas”, ou ainda “Penacheiro”, sendo também denominada em certas regiões como “Calistemo”.
Trata-se de árvore originária de regiões da Austrália e da Oceania que se adaptou bem em nosso país. Conta com 34 espécies catalogadas, sendo que duas delas são mais frequentes no Brasil: a Escova de Garrafa, cuja denominação científica é Callistemon “Imperialis”, e a Escova de Garrafa Pendente, cuja denominação para a ciência é Callistemon viminallis. Ambas apreciam sol pleno, crescem devagar e toleram bem o frio e a geada, sendo muito adequados seus plantios em locais em que se necessite fazer algum sombreamento.
A Escova de Garrafa se caracteriza como árvore com tronco ereto e de pequeno porte, atingindo no máximo entre 3 e 5 metros de altura, sendo que a Escova de Garrafa Pendente pode atingir até 7 metros. Os dois tipos possuem suave perfume, parecido com o dos eucaliptos, apresentam folhagem perene, delicada, com pequenas folhas de cor verde, características que as tornam muito ornamentais, principalmente quando florescem, devido ao contraste que se estabelece entre as colorações das folhas e das flores, estas manifestando um vermelho intenso e vibrante – há também plantas com flores brancas, amarelas, ou rosas, que são menos frequentes.
Por conta de seus atributos, essas espécies são bastante utilizadas em projetos paisagísticos. Elas se mostram muito proveitosas na composição da flora em áreas urbanas, plantadas em locais como calçadas estreitas, parques, ou jardins residenciais, de modo isolado ou em pequenos agrupamentos, posto que não afetam os calçamentos com raízes salientes, nem causam transtornos por conta de frutos que venham a cair nas ruas e nem atingem a fiação mais elevada dos postes, como ocorre com outras árvores.
Suas flores quase sempre surgem anualmente entre o inverno e a primavera, do mês de junho até o mês de setembro, atraindo, além de abelhas, borboletas e outros insetos, bem como beija-flores, cambacicas e pássaros semelhantes, que muito apreciam seu néctar. Elas são miúdas e se apresentam uma ao lado da outra, compondo um conjunto floral como uma espiga, a qual mede aproximadamente 9 centímetros de comprimento por 5 centímetros de diâmetro. No caso da Escova de Garrafa Pendente, essa espiga apresenta uma intercalação entre folhas e flores, ficando nas pontas dos galhos e ramos, de maneira que estes tendem a pender verticalmente por conta do peso dela. A adubação anual favorece o aumento na quantidade de flores.
A Escova de Garrafa se propaga por estaquia de ramos e a Escova de Garrafa Pendente por sementes – os frutos devem ser colhidos e armazenados em sacos de papel, em estufa morna e seca, até a liberação das sementes. Os dois tipos podem ter aplicações como cercas-vivas, tolerando podas suaves, no entanto os cortes de ramos devem ser feitos apenas após a floração. Nesse sentido, além dessas árvores fornecerem alimento para as abelhas, quando plantadas nas imediações de um apiário podem também servir como quebra-vento, favorecendo a manutenção de temperatura adequada nas colmeias, por exemplo, ou até mesmo como um tipo de barreira de segurança, ou de orientação, dificultando a aproximação de pessoas das colmeias.
Referências:
– FRISCH, Johan D. e FRISCH, Christian D. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem. 3. ed. São Paulo: Dalgas Ecoltec, 2005, p.398.
– LORENZI, Harri et al. Árvores Exóticas no Brasil – madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2003, p.260 e p. 262.
– https://www.jardineiro.net/plantas/escova-de-garrafa-callistemon-spp.html