Visita do vice-presidente da Associação Nacional de Apicultores da Hungria (OMME)

Eloi Viana da Silva – Presidente da APACAME.

Foto_1_VisitaA diretoria da APACAME teve o prazer e a honra de receber o Dr. Dénes Hegedüs, vice-presidente da OMME (Associação Nacional de Apicultores da Hungria – http://www.omme.hu), associação equivalente à nossa (CBA), e de sua filha Karmen, que mora no Brasil há 10 anos, e que foi nossa tradutora no apiário escola Dito Pintado, em Santana de Parnaíba, onde estávamos ministrando um curso básico de apicultura com 22 alunos.

Na ocasião, o Dr. Dénes proferiu palestra para nosso grupo de novos apicultores. Muito emocionado, principalmente pelas perguntas, ele foi apresentado a nosso apiário de abelhas Africanizadas e de Nativas. Ambas não existem na Hungria, onde só se trabalha com abelhas europeias. A visita foi acompanhada pelo diretor da APACAME e proprietário dos apiários, Álvaro Chaves de Oliveira. Uma grata coincidência que surpreendeu e emocionou a ambos foi saber que Álvaro é primo do Dr. Warwick Estevam Kerr, que sempre foi um estudioso dos seus trabalhos.

Dr. Dénes recebendo uma camisa e boné na sede da APACAME, do Presidente Eloi Viana da Silva e sua Filha Karmen.
Dr. Dénes recebendo uma camisa e boné na sede da APACAME, do Presidente
Eloi Viana da Silva e sua Filha Karmen.

Em conversa com o Dr. Dénes, da Hungria (um país com mais de 10 milhões de habitantes), ficamos sabendo que esse país europeu produz cerca de 20-25.000 toneladas de mel por ano. As colmeias mais fortes conseguem produzir em média 60 a 100 quilos, os apicultores profissionais fazem sete migratórias por ano, sendo as principais floradas canola, acássia (primeira e segunda), asclepias, flor de tilia, girassol e solidago officinalis.

Na Hungria existem apenas 100 dias (menos de 4 meses) de produção. O consumo de mel hoje é acima de um quilo per capita, mas há 10 anos eram apenas de 300g por pessoa. Foi feito um projeto com palestras nas escolas e vários tipos de mel para as crianças degustarem nas redes infantis e fundamentais. Graças a essa propaganda, o consumo de mel das famílias húngaras cresce a cada ano. Se o consumo chegar a 2,5 quilos por pessoa, já não haverá mel húngaro para exportação.

Visitando o apiário escola da APACAME com o diretor Alvaro Chaves de Oliveira, mostrando as abelhas sem ferrão
Visitando o apiário escola da APACAME com o diretor Alvaro Chaves de Oliveira,
mostrando as abelhas sem ferrão

Os apicultores húngaros têm uma organização de excelência, existem associações regionais e clubes locais, além da Associação Nacional de Apicultores da Hungria (OMME). Os membros pagam o equivalente a pouco mais de um real de taxa de adesão por colmeia e 45 reais de taxa básica anual como adesão. Um terço dos pagamentos será usado no clube local, outro terço irá para organizações dos condados e um terço irá para a associação central.

As subvenções são quase uniformes em nível europeu, mas existem diferenças de país para país. Na Hungria, o valor do subsídio para compra de abelha-rainha é de 27 reais. A abelha-rainha fecundada custa 13 reais e o subsídio de polinização é de 18 reais por colmeia. A fim de proteger as abelhas, a União Europeia prevê fornecer aos apicultores apoio ao rendimento para manter seu espírito apícola, porque sem as abelhas algumas culturas produzem significativamente menos.

“Fico muito grato por ter conhecido os apicultores brasileiros e fico feliz que essa bela profissão antiga seja praticada em alto nível também aqui. As oportunidades da apicultura no Brasil são enormes, desejo boa saúde e muito sucesso para o desenvolvimento da apicultura brasileira. O mais interessante para mim foi o carinho com que as abelhas nativas são cuidadas e criadas pelos apicultores e como eles fizeram amizade com as abelhas africanizadas. Para mim foi um grande prazer ser saudado quando nos encontramos como se eu pertencesse a vocês e não como uma pessoa desconhecida”. (Dr. Dénes Hegedüs)

Visita a sala de aula do Apiario escola da APACAME.
Visita a sala de aula do Apiario escola da APACAME.

Em nome da diretoria da APACAME e de todos os associados, agradecemos e muito a presença do Dr. Dénes, que além de vice-presidente da associação húngara e pesquisador, é um grande apicultor. Na certeza de continuarmos nos relacionando em nome das Abelhas, agradecemos também o convite para uma visita aos apicultores na Hungria. Dr. Dénes contribuiu também para nosso aprendizado, principalmente das políticas públicas em seu país, dignas de admiração e merecedoras de imitação. Parabéns.