Dedicado às abelhas
Tânia Soares
Associado número 1 da Apacame, Ademir Ramos teve sua vida transformada pela apicultura
Ademir Ramos foi primeiro apicultor a se associar à Apacame, quando a associação era apenas um pequeno grupo de apicultores que sonhavam em fortalecer a atividade no país. Nascido em 1940, tornou-se apicultor em 1979, com a conclusão do curso técnico do Centro Técnico da Apicultura. Na época, Ademir era empresário do setor de embalagens, o que possibilitou que investisse pesadamente em seu primeiro apiário, embora fosse iniciante.
“Sempre fui um apaixonado pela natureza, mas me interessei pela apicultura a partir da minha participação na Sociedade Teosófica, onde conheci as pessoas que formariam o núcleo fundador da Apacame. Depois que concluí o curso no Cetecna, comecei com 33 caixas de três padrões diferentes, Schenk, Langstroth e Schirmer, o que é bastante para quem está começando. Mas queria aprender e experimentar tudo até que optei pela Schirmer, por ter sido o modelo que proporcionou maior produção na época”, lembra.
As experimentações foram bem sucedidas. Ademir conta que teve colmeias que chegavam a produzir 120kg de mel. “Além do apiário em minha propriedade em Varginha, pratiquei também apicultura migratória. E quando os trabalhos na associação começaram, embora não fosse parte da diretoria, colaborei para o registro da Apacame na CBA e todos os anos viajava para participar dos congressos. Tenho até uma coleção das camisetas de todos os que participei”, conta.
O trabalho com as abelhas foi transformando a vida de Ademir. Cada árvore plantada em sua propriedade foi escolhida por ser benéfica às abelhas, tanto para a apis quanto para as nativas. Aliás, a casa onde mora Ademir é praticamente um santuário para as abelhas sem ferrão. “Elas chegam, se instalam e ficam. Eu só observo.”
Mesmo tendo deixado de atuar diretamente com a apicultura há alguns anos, Ademir continua sendo um entusiasta dos produtos apícolas, especialmente sua aplicação para a saúde. Hoje ele é terapeuta holístico, trabalha com florais e indica o consumo dos produtos apícolas a seus clientes. “Acho que dá para dizer que deixei a apicultura, mas ela não me deixou. Continuo associado à Apacame, leio todos os meses a revista e me orgulho muito de fazer parte dessa história”, encerra.