Uso da Própolis para o tratamento da COVID
O que sabemos até agora?

FotoautorMateriausodapropolisA pandemia da COVID-19 trouxe impactos humanos, sociais, psicológicos e econômicos, devastadores. E embora, ao longo dos últimos três anos, avanços significativos tenham sido feitos, até o momento, um número limitado de medicamentos tiveram a comprovação de segurança e eficácia, para o uso no tratamento da COVID-19.

Nesse cenário, há uma demanda por estudo de compostos naturais, que já tiveram a sua ação antiviral e imunológica, previamente descritas. Dentre esses compostos, a própolis (mistura resinosa complexa composta por diferentes partes das plantas e compostos secretados pelas abelhas) vem ganhando destaque. Especificamente, a comprovada ​​atividade antiviral, anti-inflamatória e ativadora do sistema imunológico da própolis tem despertando a atenção de pesquisadores, em relação à prevenção e tratamento dos sintomas leves ou severos da COVID-19. De fato, a própolis tem sido amplamente utilizada desde os tempos antigos para diferentes doenças, na medicina tradicional. Inúmeros compostos bioativos, principalmente polifenóis, foram identificados como constituintes de variedades de própolis. Com base no conhecimento existente, sobre a composição química e a atividade biológica da própolis, os estudos sobre o potencial desse composto para o tratamento da COVID-19 foram e estão sendo realizados.

Estudos usando a própolis na COVID-19, ainda são iniciais (apenas 2 estudos foram realizados em humanos, até o momento) no entanto os resultados obtidos são promissores. Dentre esses estudos, um dos mais relevantes foi realizado por pesquisadores brasileiros, em Salvador (BA), onde 142 pacientes adultos (com 50 anos aproximadamente e com comorbidades) hospitalizados com COVID-19 foram tratados com extrato de própolis verde padronizado (EPP-AF®) como terapia complementar ao tratamento convencional, por sete dias. Os resultados revelaram que os pacientes que consumiram oralmente os extratos de própolis nas concentrações de 400 mg e 800 mg por dia, em conjunto ao tratamento convencional, se recuperaram mais rápido em todos os aspectos, apresentando redução do período de internação de até 50% em comparação aqueles submetidos apenas ao tratamento convencional. Além disso, pacientes submetidos à alta dose de própolis (800mg/dia) apresentaram uma menor taxa de lesão renal aguda, quando comparados ao grupo controle, que não recebeu a própolis. Vale destacar também que não foram observados eventos adversos decorrentes do uso da própolis.

Um outro estudo, realizada no Irã avaliou o efeito do extrato de própolis em conjunto com a planta medicinal Hyoscyamus niger L. em pacientes com suspeita de COVID-19 (com idade entre 18 e 75 anos) três vezes ao dia, durante 6 dias. Ao final do estudo, foi observado que os sintomas clínicos da COVID-19, como: tosse seca, falta de ar, dor de garganta, dor torácica, febre, tontura, dor de cabeça, dor abdominal e diarreia foram reduzidos em indivíduos que utilizaram o extrato de própolis e Hyoscyamus niger L. em comparação ao grupo placebo que não utilizou esse extrato. Diante desses estudos e do conhecimento milenar da própolis e da sua segurança, (atóxica em uma grande faixa de concentração e praticamente sem efeitos colaterais), além do fato da própolis ser um produto de baixo custo e de fácil acesso e uso pela população, podemos levantar que a própolis pode ser usada, no fortalecimento do organismo, na prevenção da COVID-19, em grupos de alto risco, como indivíduos que estão em contato próximo com pacientes infectados. E que em pacientes com COVID-19 a possível inclusão da própolis como tratamento complementar, juntamente com o tratamento convencional, deve ser avaliado pelo profissional médico, dentro da análise do quadro de saúde do indivíduo.

Referências

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