Amor-Agarradinho – Antigonon Leptopus
Dr. João Martins Ferreira é Professor Titular da Universidade Paulista UNIP, Pesquisador junto à Universidade de São Paulo, Apicultor e Jornalista – MTB 93480 SP – Site: martinsferreira.net – Instagram: @martinsferreira_net – Contato: martins_ferreira@hotmail.com

Dotada de folhas macias, de formato peculiar, e de belas flores perfumadas, muito atrativas para as abelhas, a “Amor-Agarradinho” é uma planta com grande potencial apícola e paisagístico. Ela é muito valorizada tanto pelos apicultores como por pessoas que amam a natureza, às quais geralmente ficam admiradas ao contemplarem sua exuberante floração.
Trata-se de uma espécie trepadeira, ou seja, uma planta que necessita de um suporte físico ou então de outras plantas para que possa apoiar seus ramos e se desenvolver bem.
Tem folhas simples, alternas, ligeiramente onduladas, com nervuras proeminentes na parte inferior e levemente pubescentes na parte superior, às quais, por serem sensíveis, não toleram geadas e geralmente secam e caem durante os meses mais frios do ano, mas novas folhas surgem nas épocas da primavera e do verão.
Seu nome científico é Antigonon leptopus. Ela é nativa do México e da América Central, tendo se adaptado bem aos climas tropical e subtropical de nosso país. Sua folhagem é viçosa, em tom verde claro, com flores que podem variar desde as cores rosa até branca, às quais fornecem pólen e néctar numa concentração de açúcar que varia entre 28% e 40%.
O período de florescimento é variável, ocorrendo em diversos meses do ano, atraindo insetos como abelhas Apis Mellifera e Trigona Spinipes, entre outras. O formato de suas folhas é singular, posto que se assemelhe ao contorno do desenho de um coração.
Além disso, por ser uma planta com flores delicadas e ramos que se enlaçam a esteios de todo tipo, agarrando- -se a eles com finas hastes para se apoiar, recebeu popularmente o curioso nome “Amor-Agarradinho”.
No entanto, por estar presente em todas as regiões brasileiras, dependendo da localidade também é possível que se faça referência a ela com outras denominações, como “Amor-Entrelaçado”, “Bela-Mexicana”, “Cipó-Coral”, “Flor-de-Coral”, “Saída-de-Baile”, “Cipó-Mel”, “Coralita”, “Georgina”, “Lágrima-de-Noiva”, “Mimo-do-Céu”, “Rosa-da-Montanha”, “Rosália” ou “Viuvinha”.
Seus ramos são semilenhosos, mas não muito vigorosos, e quanto são bem conduzidos por suportes específicos, como treliça, tela, arco, cerca ou caramanchão, as folhas dessa planta, que aprecia luz direta do sol, poderão propiciar bons sombreamentos, tornando os ambientes mais agradáveis para o convívio das pessoas, caso se trate de um espaço muito aquecido em razão de grande incidência diária de luz solar, por exemplo.
Ela pode atingir de 9 metros até 12 metros de altura, aceita podas formativas e aprecia solo fértil, além de regas constantes, mas nunca água em excesso. Multiplica-se por estaquia, ou alporquia, mas o bom sucesso para a obtenção de mudas se dá efetivamente por sementes, às quais podem ser obtidas realizando-se coletas diretamente nas pontas dos ramos após a ocorrência da floração.
Conclui-se, a partir desses atributos, que essa espécie merece ser mais disseminada no Brasil do que o é atualmente, tanto em apiários quanto em jardins, ruas ou parques, possibilitando desde benefícios para a qualidade de vida das pessoas até maiores e melhores opções para a alimentação das abelhas e para a produção de pólen e de mel de boa qualidade pelos apicultores.
Referências:
- Enciclopédia de Plantas e Flores. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
- Https://www.jardi- neiro.net/plantas/amor-agarradinho-antigonon-leptopus. html
- Https://www.sitioda- mata.com.br/amor-agarradinho-antigonon-leptopus
- PIRANI, José R. e CORTOPASSI-LAURINO, Marilda. Flores e Abelhas em São Paulo. 2. ed. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 1994.
- VIEIRA, Márcio Infante. Criar Abelhas é Lucro Certo. São Paulo: Nobel, 1984.
- WIESE, Helmuth (coord.). Nova Apicultura. 3. ed. Porto Alegre: Agropecuária, 1982.