APL – APICULTURA DO ALTO TIÊTE

Texto: Sebastião Doniseti Alexandre

No dia 19 de agosto de 2023, a APACAME participou do evento que foi sediado na Universidade de Mogi das Cruzes S.P.

O evento contou com a presença de expositores, palestrantes, diversas oficinas, com uma infra estrutura de primeira qualidade propiciada pelo corpo administrativo da U.M.C.

Entrevistamos a bióloga, meliponicultora, apicultora e proprietária da empresa Conexão Abelhudos, Wanda Ziviani Alcantara, coordenadora do evento.

P.: O que é o APL da apicultura do alto Tietê?

É o arranjo produtivo local, especificamente a APL da apicultura do alto Tietê, reconhecida pelo governo do Estado de São Paulo, busca o fortalecimento de toda a cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura na região. Este fortalecimento se dá por ações de educação e formalização dos empreendimentos, não só de quem produz mel, mas também de quem fornece os insumos necessários para o sucesso da produção, como por exemplo, caixas, ferramentas, EPI’s a até mesmo plantas para o pasto meliponícola e apícola. Além destes fatores, também compõe a APL, as instituições de ensino técnico e superior, como UMC e FATEC e IF Suzano a fim de contribuir com pesquisas no setor, empresas privadas como Suzano Papel e Celulose e Pantec, oferecendo apoio, SEBRAE ajudando a fortalecer os empreendimentos por meio da formalização do negócio, ONGs como o Instituto Suinã, além de entidades do governo como a CATI, Defesa Agropecuária e de Fauna, destacam-se também entre os agentes a CAMAT e AGRIAPSI.

P.: O que motivou a abordar este tema?

A primeira ação pelas Abelhas do Alto Tietê surgiu da urgente necessidade de conscientização de diversos setores da sociedade sobre a importância das abelhas e de seus serviços para o meio ambiente e para a produção de alimentos, visto que a criação de abelhas é o agronegócio que mais ajuda o meio ambiente. O network gerado em eventos do tipo, também vem a fortalecer não só a cadeia produtiva da região, mas de outras regiões do estado e do Brasil.

P.: Você recebeu apoio ou foi uma iniciativa solo?

Tive o desejo de reunir pessoas que tem interesse em comum pelas abelhas, seja nas artes, na pesquisa, na criação, na literatura no fornecimento de insumos para a produção e na educação ambiental, mas sabia que sozinha não seria possível, por isso, levei a proposta na primeira reunião da APL em fevereiro de 2023. Prontamente os representantes das entidades presentes aprovaram o projeto e já iniciamos ali o planejamento das próximas ações para que tudo fosse possível. A universidade de Mogi das Cruzes cedeu o espaço e o apoio logístico com as professoras Renata Scabia e Maria Santina. Sem dúvidas a ajuda e participação dos membros da APL e dos convidados foi o que fez do evento um sucesso. Entre grupo de trabalho e inscritos, foram mais de 250 pessoas envolvidas.

P.: Como surgiu a idéia de uma palestrante personificada de “SEREIA”?

Na natureza tudo está conectado de alguma forma, é preciso “pensar fora da caixa” para agregar conhecimento, pois não podemos mais pensar de forma isolada se quisermos garantir o futuro das abelhas. Já conhecíamos o trabalho da bióloga e meliponicultora Camila Postal, como “Sereia Luthien”, que de forma lúdica, chama a atenção da população para as causas ambientais principalmente em relação aos oceanos. Como o objetivo do evento era trazer questões inovadoras e surpreender o público, o convite foi feito e realmente se tornou um diferencial, pois é sabido que existe uma relação entre abelhas e oceanos e da influência

destes pequenos insetos na saúde das águas, que normalmente não é abordada nos eventos do segmento.

P.: O que você espera como frutos deste evento no médio e longo prazo ocorrerão outros eventos neste mesmo seguimento?

Os objetivos foram: Formar mais protetores de abelhas inclusive crianças e jovens, gerar nos estudantes a necessidade de se tornarem pesquisadores das abelhas e seus ecossistemas, nos empresários o desenvolvimento de inovação no setor e no poder público o apoio de editais para uma casa de beneficiamento de mel e derivados com selos de inspeção, legalizando os produtos locais que já são de ótima qualidade, fortalecendo assim nossas marcas no mercado. Podemos incluir também nos objetivos incentivar o consumo de artesanatos e de produtos da agricultura familiar e apoio a literaturas relacionadas às abelhas.

Temos recebido muitos convites para que haja um próximo evento, mas ainda é preciso planejar e verificar a disponibilidade dos parceiros em contribuir para uma segunda edição da Ação pelas Abelhas. Porém, outros APLs e iniciativas têm promovido eventos semelhantes em todo o Brasil.

P.: Qual a sua opinião sobre o evento como um todo? O objetivo foi alcançado?

Eu prefiro não citar minha opinião, mas sim a dos participantes, que nos escreveram após o término parabenizando a APL, pelo que classificaram como evento mais organizado que já participaram, outros citando a cordialidade e carinho com que foram acolhidos, outros ainda elogiando a diversidade de temas propostos. Vimos pessoas ao final de um dia inteiro falando sobre abelhas, indo embora com brilho nos olhos, sorrisos e abraços, com esperança, por isso, podemos dizer que muitos objetivos foram alcançados, mas ainda esperamos o apoio do poder público para tornar real nossa unidade de beneficiamento e inspeção do mel.

P.: Qual sentimento resume o pós evento?

Gratidão, esperança e amor pelas pessoas que ajudam a salvar as abelhas, pois todos ali estavam voluntariamente e é muito inspirador ver que existe tanta gente empenhada na mesma causa.

P.: Se alguém quiser entrar em contato, como pode te encontrar?

Pelo whatsapp 11 963453711 Instagram mandando um direct no @conexaoabelhudos.