ABELHAS “NATIVAS”
João de Paula – joao_de_paula@yahoo.com.br

na tampa da caixa. Esta é a Uruçú Sulina.
Existe uma correria, entre os entusiastas da meliponicultura, tentando obter enxames, daquelas belíssimas abelhas, especialmente melíponas, existentes nas regiões norte e nordeste, deste maravilhoso pais, o nosso Brasil.
Criar abelhas daqueles biomas aqui no Sul é ilusão, puro devaneio. Já tentei e não consegui. A Natureza desenhou e esculpiu esses maravilhosos bichinhos, para viverem naquele ambiente onde é normal um período de estiagem e outro chuvoso, mas sempre quente La a terra, a água, as plantas, as resinas, as flores, o néctar, o pólen e o mel têm características próprias, outra composição.
As doenças e os predadores de lá também são outros. Aqui, o inverno é rigoroso com temperaturas até menos de zero grau.
Argumentam que, nessas épocas os enxames são mantidos com aquecimento artificial. Mas esquecem de que a operária está no interior da colmeia onde a temperatura es tá em trinta e cinco graus e sai para trabalhar, lançando-se, instantaneamente, num ambiente onde o termômetro indica quinze graus. Essa mudança brusca pode provocar a morte ou um enorme dano no delicado organismo dessa frágil criatura.
Existe entre dois biomas, uma faixa em degradê que avança para ambos os lados, onde a Natureza vai lentamente aclimatando suas criações.
Não carece termos ciúme, inveja do povo de lá, pios eles têm a Scuteláris, nós temos a Guaraipo, eles têm a Jandaira, nós temos a Mandaçaia, eles têm a rajada, nós temos a Marginata e muitas outras equivalências.
Cada enxame que tiramos de seu bioma de origem é um “enxamicidio” que cometemos. A vida é maravilhosa como ela é. Jamais teremos êxitos teimando com DEUS.