INICIATIVA DE PESQUISA NO PROJETO COLMEIA VIVA® REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO MAIS PRODUTIVA ENTRE AGRICULTURA E APICULTURA

Capa do relatório prévio
Capa do relatório prévio

Com a participação da Unesp e UFSCar, o Mapeamento de Abelhas Participativo (MAP) é uma iniciativa de pesquisa no Projeto Colmeia Viva, desenvolvido pelo Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal para entender os fatores que contribuem para a perda de abelhas no Estado de São Paulo. A pesquisa conta com um canal exclusivo 0800 771 8000 voltado para agricultores, apicultores e meliponicultores. Recentemente, o grupo de trabalho responsável pelo projeto produziu este relatório prévio que dá um breve cenário qualitativo da situação no campo e, principalmente, traz elementos para os ajustes necessários no processo de melhoria contínua do projeto. O relatório completo pode ser acessado pelo site www.projetocolmeiaviva.org.br.

O relatório prévio da pesquisa aponta para a mortalidade de abelhas criadas (manejadas) para fins comerciais, pertencentes ao segmento econômico. Segundo os pesquisadores do projeto, Osmar Malaspina (Unesp-Rio Claro) e Roberta Nocelli (UFSCar-Araras), os dados obtidos também podem gerar subsídios para a conservação de abelhas presentes na natureza.

O funcionamento da iniciativa de pesquisa

Fase PilotoOs agricultores participam quando encontrarem colmeias não identificadas em sua propriedade; em caso de dúvida na ocorrência de um incidente por aplicação de defensivo agrícola e se precisarem de orientação sobre boas práticas de convivências entre as atividades agrícola e apícola. Já os apicultores, quando verificarem perdas de colmeias e abelhas em seus apiários; se necessitarem de suporte no entendimento das causas de perda de colmeias; sobre o que fazer em caso de possível incidente com abelhas e também se necessitarem de orientação sobre boas práticas de convivência entre agricultura e apicultura.

Na visita ao campo, profissionais especializados em abelhas na agricultura avaliam a situação no local. Essa análise inclui as condições das colmeias, o estado das abelhas, o histórico e o manejo do apiário, além de identificar as atividades agrícolas predominantes (cultivos no local e nas redondezas, por exemplo) e a paisagem do entorno. Se as abelhas estiverem ainda em condições de análise, são coletadas e enviadas para o laboratório.

Tabela INMETRO
Tabela INMETRO

Para coleta e análise é necessário que as abelhas estejam morrendo ou tenham morrido dentro das últimas 24 horas e que mais de 20% das colmeias tenham perdido abelhas. Assim, o levantamento traz uma avaliação mais direta da aplicação de defensivos agrícolas na relação da agricultura e apicultura.

O laboratório escolhido para as análises das amostras de abelhas é independente e especializado em identificar (pesquisa e confirmação) resíduos de vários tipos de defensivos agrícolas em uma mesma análise. As abelhas coletadas são enviadas para laboratório reconhecido pelo Inmetro segundo a ISO 17025, que determina os requisitos gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração em todo o mundo.

Funcionamento do projeto de pesqusa map
Funcionamento do projeto de pesqusa map

A amostragem feita pela equipe de campo garante a uniformidade das amostras para todos os atendimentos, fator indispensável para o projeto de pesquisa. Além disso, equipamentos adequados para coleta e congelamento rápido das amostras garantem a preservação e reduzem o risco de contaminação, aumentando a confiabilidade dos resultados e, por consequência, de todo o projeto. O laboratório utiliza uma lista de ingredientes ativos, distribuídos em grupos químicos, para análise. Trata-se dos defensivos agrícolas disponíveis no método e mais estudados no mundo na relação entre a agricultura e as abelhas.

A análise completa é feita por uma equipe técnica do projeto, composta por professores da área de toxicologia de abelhas da UNESP e UFSCar e profissionais técnicos das indústrias associadas que reúnem as informações obtidas no canal de atendimento 0800, na visita ao campo e na análise laboratorial, com o objetivo de identificar os fatores que podem ter levado à perda das abelhas.

Todas as informações irão compor um banco de dados com informações sólidas e realistas com os fatores que podem contribuir para a perda das abelhas.

Resultado prévio da pesquisa

Os primeiros resultados: Junho/2015 a maio/2016

A pesquisa considera uma avaliação mais direta da aplicação de defensivos agrícolas, já que as análises das amostras de abelhas são realizadas por laboratório reconhecido pelo Inmetro capaz de identificar resíduos de vários tipos de defensivos agrícolas em uma mesma análise.

Tabela resultados
Tabela resultados

Apenas 26,7% dos atendimentos do 0800 deram origem a uma visita para análise da situação no campo, representando 16 visitas no primeiro ano. Deste total, foi possível efetuar coleta de abelhas em 13 casos no primeiro ano do projeto. Os indícios até agora apontam para o uso incorreto de defensivos agrícolas tanto em casos com a relação direta com a atividade agrícola quanto em outros usos fora da atividade agrícola. O uso incorreto ocorre com dosagens acima das recomendações indicadas em rótulo e bula, falta do cumprimento das exigências legais para a aplicação de defensivos agrícolas com vistas à proteção ao cultivo nas modalidades aprovadas (aérea ou terrestre), emprego incorreto da modalidade de aplicação sem a autorização ou registro de produtos para cultura agrícola. Esse resultado também ocorre quando inclui a avaliação na fase piloto, que gerou 24 visitas (sendo 17 com resultado positivo para a presença de resíduos.)

É imprescindível observar, também, as técnicas de manejo utilizadas pelos criadores de abelhas que perderam suas colônias para desenvolver propostas de ação para remediação da mortalidade de abelhas. Não há relatos de práticas de proteção que permitam a mitigação dos riscos. O projeto deve ampliar as informações coletadas em campo com mais detalhamento dos cultivos de entorno e das floradas, além de buscar informações sobre o manejo apícola.

No relatório completo, é possível saber mais sobre os resultados das visitas em campo, tais como frequência de visita do apicultor ao apiário, condições do apiário, alimentação das abelhas, seleção de abelha rainha, colmeias analisadas e situação de perda nos apiários. Além disso, o relatório traz uma avaliação das regiões mais atendidas, as culturas agrícolas mais próximas e as análises laboratoriais com presença ou não de resíduos de defensivos agrícolas. Importante destacar que o relatório completo está disponível em http://projetocolmeiaviva.org.br/wp-content/uploads/2016/10/Relatorio_previo_WEB-30set2016.pdf

Próximos passos:

Sensibilização de agricultores e criadores de abelhas para participação.

Fortalecer a abrangência e divulgação do projeto no Estado de São Paulo, uma vez que a iniciativa dará origem a um Plano de Ação Nacional voltado às boas práticas de aplicação dos defensivos agrícolas para uma relação mais produtiva entre apicultura e agricultura. Para isso, torna-se necessário que o projeto tenha mais tempo de pesquisa para avaliação e estudos de mais casos.

O desafio do projeto é sensibilizar a participação de agricultores e criadores de abelhas com a busca constante de todas as formas viáveis de divulgação, entre elas o envolvimento das entidades agrícolas e apícolas. Ainda assim, as áreas de vendas das associadas estão numa força tarefa para divulgar o projeto em toda a cadeia produtiva do setor, incluindo revendas e distribuidores.

SOBRE O PROJETO COLMEIA VIVA

O Colmeia Viva Mapeamento de Abelhas Participativo (MAP) é uma das iniciativas do Projeto Colmeia Viva®. Idealizado pelo Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal, o Projeto Colmeia Viva® tem a missão de promover o uso correto de defensivos agrícolas na agricultura brasileira para proteger os cultivos e contribuir na garantia do direito básico de alimentação das pessoas, respeitando a apicultura e protegendo as abelhas e o meio ambiente.

O setor de defensivos agrícolas reconhece seu papel na construção de uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura e em proteger as abelhas e quer ser reconhecido como incentivador do diálogo entre agricultores e apicultores, visto que introduz no campo um produto que deve ser usado para proteger as culturas. As bandeiras de prioridades e iniciativas do Projeto estão disponíveis em www.projetocolmeiaviva.org.br Há também o blog do Projeto Colmeia Viva®, com informações atualizadas periodicamente sobre o tema http://projetocolmeiaviva.org.br/category/noticias/

Sobre o Sindiveg

Formado por 50 empresas do setor de defensivos agrícolas, o Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal – foi fundado em 1941. A entidade representa suas associadas junto a órgãos de governo e comércio exterior, poderes públicos, entidades de classe, associações rurais e à sociedade civil. Atualmente, é membro-líder da campanha nacional contra o comércio ilegal de defensivos agrícolas.