Apicultura indígena do Xingu:
Alternativa econômica com a floresta em pé!
Texto: Wemerson Ballester – Engenheiro Agrônomo – Rainforest Foundation Japan
e-mail: wemersoncb2011@hotmail.com
A criação de abelhas para produção de mel em Territórios Indígenas tornou-se uma atividade importante, pois produz alimento de alta qualidade, renda e o mais importante, com a floresta em pé!!! A atividade possui um apelo ambiental muito forte, pois as abelhas são indispensáveis à preservação das florestas, onde são responsáveis pela reprodução vegetal, através do serviço de polinização que prestam. Neste contexto, no Território Indígena do Xingu (TIX), localizado ao norte de Mato Grosso, a apicultura e meliponicultura vêm sendo desenvolvidas com um potencial socioambiental enorme, pois possuem, além de técnicos indígenas especializados, uma área preservada com florada abundante livre de agrotóxicos!
Recentemente apicultores e lideranças indígenas das etnias Kalapalo e Matipu, do Alto Xingu, solicitaram formalmente à Associação Terra Indígena Xingu (ATIX) a certificação do mel produzido nas respectivas aldeias, para integrarem a rede de comercialização do Mel dos Índios do Xingu.
A ATIX trabalha como certificadora orgânica do mel proveniente das aldeias do TIX, desde 2015, através do Sistema Participativo de Garantia (SPG), e tem como ferramenta o Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (OPAC), que atua no controle social e na responsabilidade coletiva, através das visitas técnicas que ocorrem durante o ano. Após a solicitação de adesão dos apicultores do Alto Xingu, a ATIX juntamente com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) se organizaram no período de 03 a 06 de junho de 2019, para visitar e verificar se todos procedimentos técnicos e sanitários utilizados nas aldeias estão em conformidade às exigências legais da produção apícola orgânica brasileira.
De maneira geral o resultado foi satisfatório e paulatinamente observa-se um avanço importante dos apicultores do Alto Xingu quanto a troca de conhecimentos técnicos com outros apicultores indígenas e também na gestão apícola. As duas aldeias juntas apresentam uma expectativa de comercialização junto à ATIX de 300 quilos de mel certificado em 2019!