APITERAPIA
Dr. Celso Henrique – Apiterapeuta
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios o homem pratica a apiterapia. Analisando a história, chegou-se à conclusão de que as abelhas habitam o planeta terra antes da raça humana; a rainha Cleópatra testava venenos em seus inimigos para analisar qual seria o mais eficiente para torturá-los/matá-los, em particular a apitoxina. Foram também encontrados relatos de que soldados romanos eram curados de suas feridas com unguento produzido com abelhas maceradas. Diversos são os papiros e lendas de várias civilizações que fazem alusão à abelha; na bíblia sagrada existem diversas passagens fazendo alusão a abelha, sendo que uma das mais interessantes, é aquela que acreditava-se que as abelhas germinavam de carcaça de animais em decomposição; ocorre, que sansão havia matado um leão, as abelhas encontrando essa carcaça se alojaram no crânio em decomposição.
HISTÒRIA DA APITERAPIA
Hipócrates, pai da medicina alopata, deixou relatado em suas anotações, os benefícios que o veneno da abelha (apitoxina) proporcionava a pacientes acometidos por reumatismo e algumas outras patologias ortopédicas. Galeno que seguiu a mesma escola que Hipócrates, também efetuou e relatou diversos estudos e experimentos com o veneno da abelha em benefício da saúde humana, relatando em particular os benefícios em pacientes acometidos por reumatismo. Ao Dr. Philip Terc, médico austríaco devemos a prática da apiterapia moderna, que é a praticada nos dias de hoje, pois foi o primeiro a escrever artigo cientifico a respeito, portanto, a partir dai, passou-se a prática de uma apiterapia mais cientifica, sendo que que os países que mais desenvolveram no mundo, foram a Rússia, Alemanha e China, seguidos por Cuba e Chile, ficando o Brasil muito a desejar, mas apesar disso, ultimamente tem ocorrido maior divulgação; porém, teremos muito a percorrer até atingirmos a notoriedade desejada, pois a apiterapia está muito aquém, ainda carecendo de estudos científicos mais aprofundados a fim de que seja angariada credibilidade plena.
APITERAPIA
Dado a falta de conhecimento do que é apiterapia, quando a população ouve esse termo, tem a ideia de que seja um tratamento com as picadas de abelhas, porém, não é propriamente dito o que ocorre, pois apiterapia é tratamento baseado no uso dos produtos da colmeia para benefícios da saúde de humanos e animais, sendo esses os produtos:
ABELHAS
Principais elementos para o procedimento, sendo as mesmas divididas em castas, que são: a abelha rainha responsável pelas posturas dos ovos e perpetuação da espécie, as operárias, responsáveis por toda a manutenção da colmeia e os zangões, responsáveis por inseminar as princesas.
MEL
Foi o primeiro produto apiterapeutico descoberto pelo homem, pois quando o homem descobriu que o mel era um produto que agradava ao paladar e poderia ser ingerido puro ou para adoçar seus alimentos, já estava praticando apiterapia, pois além de suas propriedades curativas para resolver problemas gastrointestinais, também usufruía de suas propriedades para resolução de problemas sistêmicos a nível molecular, promovendo satisfatoriamente a homeostase.
Sua coloração, valores nutricionais e cultivos, vai depender da fonte de onde foi extraída a matéria-prima, pois temos méis florais e extraflorais, sendo que os extras florais podem ser extraídos de secreções de pulgões, resina de plantas e até mesmo de sangue animal e etc.
PÓLEN
É o gameta masculino das flores, indispensável para nutrição das larvas e postura da abelha rainha, sem ele a colmeia sucumbe por falta de proteínas, contém todos aminoácidos essenciais, aquele que o organismo humano não sintetiza; supre as deficiências nutricionais, sendo largamente prescrito na apiterapia para pacientes convalescentes, que passaram por algum mal que tenha causado debilidade sistêmica, reforçando as defesas orgânicas, prevenindo distúrbios metabólicos, promovendo rendimento físico e mental; também prescrito para combate e profilaxia de problemas prostáticos, aterosclerose, fragilidade capilar e envelhecimento precoce, pois um sistema que tem fluidez sanguínea satisfatória, é um sistema sadio.
PRÓPOLIS
Produto resultante das resinas e botões de certas plantas, sua coloração e composição química é variável, pois vai depender da fonte de onde foi extraída a matéria- prima, sua função é restringir entradas, fixar peças, assepsia na colmeia, preparando os alvéolos para novas posturas da abelha rainha e embalsamento de animais maiores que as abelhas que porventura venham invadir a colmeia e são mortos em seu interior, sendo a remoção impraticável, para evitar contaminação os mesmos são embalsamados. Seu uso é interno ou externo, em tintura ou comprimido, dado aos elemento que possui em sua composição, é um potente cicatrizante, anti-inflamatório analgésico e anestésico, é imunomodulador, isto é, modula corrige o sistema imunológico, sendo prescrito para distúrbios respiratórios, gastrointestinais e pele, sendo que da própolis, são produzidas pomadas para tratamento de psoríase e outros .
GELEIA REAL
produto glandular de consistência ácida, cheiro característico que é produzida por abelhas de 4 a 14 dias, é a base alimentar da abelha rainha; base alimentar, pelo fato de a abelha rainha ser alimentada somente da geleia. A geleia real é rica em vitaminas do complexo B, proteína que reveste a rainha de mielina, pois tendo uma rainha de mielina integra, o sistema nervoso terá condições de veicular impulsos nervosos com maior rapidez. Ela também é rica em aminoácidos e hormônios, principalmente um hormônio juvenil o que confere abelha rainha o seu tamanho.
CERA
Utilizada pelo homem desde os primórdios. Os jesuítas quando vieram para o Brasil trouxeram as abelhas, não só com o objetivo de extrair o mel que era um produto de grande valor, pois era usado para adoçar seus alimentos, mas sim, com intuito religiosos, para a confecção de velas para seus rituais. A cera do gênero Apis, é a mais importante pelo fato de ter maior produção e maneabilidade de uso, ela é secretada por oito glândulas cerígenas existentes no abdômen da abelha, no momento que é expelida, tem a aparência de mica, (mineral usado para confecção de resistência de ferro de passar roupas), adquirindo sua coloração após contato com o ar, possui em sua composição aproximadamente 300 substancia que tem uma comprovação bem dinâmica pois constantemente vêm ocorrendo pesquisas no intuito de encontrar novo elementos, portanto sua composição vai depender desse dinamismo e a fonte de alimentação das abelhas. É utilizada largamente na farmacopeia, principalmente na confecção de comprimido, na estética, na composição de shampoo, depilação e também largamente na indústria como isolantes e outros. Devido a quantidade de elementos em sua composição, é um produto cicatrizante e anti-inflamatório, o que é conferido principalmente pela presença da vitamina A.
LARVA DE ZANGÃO APILARNIL
A pasta de larva de zangão foi denominada Apilarnil em homenagem ao seu criador, o repórter e apicultor russo Nicholas Liesiu, (API – abelha/ LAR – larva / NI – Nicholas / L – Lliesiu), que na década de 1950 deu inicio as pesquisas sobre o assunto, e dada composição, chegou à conclusão de que tal produto era excelente para tratamento de prevenção e resolução de impotência masculina, posteriormente para distúrbios ginecológicos, chegou também à conclusão de que era eficaz para tratamento de enurese noturna em crianças,
APITOXINA
Alguns apiterapeutas, que atuam mais holisticamente, recusam se a proferir veneno da abelha ou apitoxina, mas sim, essência da abelha, porém, são termos diferentes para se referirem unicamente ao líquido/secreção produzida pelas abelhas que a priori é utilizado para sua defesa e o homem usa para fins terapêuticos. É uma neurotoxina, isto é, tem predileção aos tecidos nervosos, uma abelha adulta, no caso a operária, possui em sua bolsa um volume de 100 mg a 150 mg, sendo que a abelha rainha possui um volume de aproximadamente 700mg.
A apitoxina possui aproximadamente 70 componentes, e também como todos os outros produtos da colmeia, variam de acordo com a fonte alimentar.
Dentre esses componentes, podemos citar os mais relevantes que são: – Hialuronidase: é uma enzima que hidrolisa o ácido hialurônico, uma substância que compõe o interstício dos tecidos e possui função adesiva, mantendo as células unidas. Quando este ácido é destruído pela hialuronidase abre-se espaços entre as células, facilitando a penetração dos outros componentes do veneno. – Fosfolipase A2:é uma enzima de peso molecular ao redor de 14.000 e possui 134 aminoácidos e se constitui no principal alérgeno do veneno. Ela atua provocando a contração da musculatura lisa, diminuição da pressão sanguínea, aumento da permeabilidade dos capilares e destruição de mastócitos. Acredita-se que estes tipos de interações com sistemas enzimáticos sejam a causa de morte provocada pela fosfolipase-A2. – Melitina: é a principal toxina do veneno e compreende aproximadamente 50% do seu peso seco, possui 26 aminoácidos e um peso molecular de 3 kDa, considerado um imuno supressor natural, produz aumento da permeabilidade celular, hemolizando eritrócitos e leucócitos, facilitando a entrada dos demais componentes, esse peptídeo possui atividade hemolítica e dependendo da concentração e do tecido, provoca a constrição ou dilatação dos vasos sanguíneos e depolarização da musculatura com liberações de enzimas e é responsável pela intensa dor no local da ferroada. Dependendo da dose e do órgão provoca constrição ou dilatação dos vasos, aumentando a permeabilidade vascular no local da aplicação. – Peptídeo MCD: degradador de mastócitos corresponde aproximadamente a 2% do veneno seco, tem 22 aminoácidos e um peso molecular de 3.0 kDa. Um potente analgésico que atua sobre os mastócitos que são células presente no sangue e em outros tecidos e que contém muitas vesículas de histamina que são liberadas pela ação desse peptídeo; abaixa a pressão sanguínea e produz cianose. – Apamina: é um peptídeo pequeno, contendo apenas 18 aminoácidos e um PM de 2.0 kDa, apresenta propriedades neurotóxicas e analgésicas. Experimentos realizados em laboratório com pequenos roedores foi observado que provoca convulsões, movimentos e respiração descoordenados, podendo provocar hiperexcitabilidade.
Anafilaxia – (choque anafilático) – Muito têm-se estudado, porém, pouco se sabe porque razão uns organismos são mais desconfiados e outros não. Reações alérgicas variam de brandas a severas, podendo ocorrer anafilaxia (choque anafilático). Pessoas alérgicas tem um anticorpo chamado imunoglobulina E ou IgE, quando entram em contato com o alérgeno, os anticorpos circulam pelo sangue e estão presentes em quase todos os fluidos corporais, capturando invasores indesejáveis. A anafilaxia, é uma reação sistêmica
Apiterapeuta/Apicupuntor – Apiterapeuta é o indivíduo que possui a qualificação para praticar apiterapia, significa que esse indivíduo seja certificado por um curso idôneo que o tenha capacitado para prática do exercício e para tanto, não é necessário qualificação na área de saúde, pois é um curso livre, porém sem reconhecimento do Ministério da Educação e até a presente data não foi reclamado por quaisquer Conselho de Classe, como ocorreu em datas anteriores com a MTC, que culminou no Ato Médico que foi vetado. Apicupuntor, é o individuo que possui a qualificação acima citada, mais a especialização em MTC (Medicina Tradicional Chinesa), portanto esse individuo possui uma formação superior, frequentemente na área da saúde. Antes de submeter qualquer pessoa ao tratamento apiterapeutico, o apiterapeuta/apicupuntor deverá efetuar teste de aptidão, precedido da leitura, esclarecimento do Termo de Consentimento para Tratamento Apiterapeutico e posteriormente a assinatura do paciente.