XXII CONGRESSO BRASILEIRO de APICULTURA VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE MELIPONICULTURA
Texto: Eloi Viana da Silva
Realizados em Joinville – SC. Foi um grande sucesso tanto na Exposição de Equipamentos e Produtos Apícolas e com boas palestras e ótimas discussões sobre diversos assuntos, foi uma pena que não podemos assistir a todas, mas selecionamos as mais importantes que achamos no momento e as que estavam em mais evidência, Bem organizadas as palestras e mini-cursos, deixando a desejar a abertura e o encerramento.
Houve uma grande discussão sobre os agrotóxicos (venenos) que são pulverizados indiscriminadamente nas plantações sem controle nenhum, por parte dos grandes agricultores utilizando a pulverização aérea, que não matam somente as Abelhas, como, também, outros insetos, sapos, pássaros, e outros que comem os mesmos, e até as pessoas com uma grande incidência de câncer que já está acontecendo nesse ambiente, tudo isso discutido e comprovado com os dados atualizados junto à comunidade cientifica que lá estavam.
Os representantes dos produtores de venenos vieram com um programa colmeia viva propondo que os apicultores fechem as colmeias e as abram 4 horas depois e as abelhas não morreriam. Mas só se esqueceram da grande quantidade de abelhas que estão a solta na natureza, principalmente as nativas! Na realidade onde se usa os venenos não há vida, e logo esse programa foi batizado pelos presentes de (Colmeia Morta). Foi colocado por eles um site (www.colmeiaviva.com.br) e um telefone 0800 771 8000 para atendimento, aqueles que tiverem suas colmeias mortas, e se comprovada a morte das abelhas pelos agrotóxicos os apicultores não serão ressarcidos dos prejuízos. Será apenas para fins de estatística.
Essa questão esta sendo discutida na (ALESP) com dois projetos de lei PL 405 e PL 406 do deputado Padre Afonso Lobato do PV. Para proibição da comercialização desses produtos, e proibição da pulverização aérea.
Outra grande discussão foi sobre a união entre os apicultores, tendo como exemplo o estado de Santa Catarina que é um bom exemplo, mas no resto do país deixa muito a desejar, por exemplo, o Estado de São Paulo que tem uma federação, onde o presidente Sr. Alcindo Alves afirmou que foi eleito por apenas 6 associações. É necessário que haja uma melhor comunicação entre ambas, e que exista um trabalho de abelhinhas mesmo junto as associações e aos pequenos apicultores e se não trabalharmos com uma estrutura de união e técnica junto aos pequenos nunca vamos ser uma grande potencia na apicultura, porque nos congressos são apresentados grandes projetos que não vão chegar a lugar nenhum. Falta muito das associações, federações e confederação, para explorar o grande potencial que temos, para isso como já dito temos de começar com os pequenos para sermos grandes.
Para ter uma ideia o Brasil produz em media 15 quilos por colmeia ano, EUA 30, México 25, Argentina 35/40, China 50. Eu acredito que seja esse o caminho. O consumo de mel na Suíça 1500g por pessoa, Alemanha 960g por pessoa, EUA 910g por pessoa, Brasil 60g a 100g por pessoa.
Outro ponto discutido foi a entrada de mel Argentino para o Brasil. Como é sabido o mel de lá tem uma grande contaminação de Cria Pútrida Americana, que mata as colmeias, e se esse mel entrar no Brasil temos grandes chances de contaminar nossas abelhas, por esta razão não podemos importar esse produto, para mantermos nossas colmeias sadias.
Tudo isso foi apresentado numa palestra do Prof. Dejair Message, defendendo e comprovando a seriedade do problema.
Assembleia Geral da CBA.
Atendendo o disposto no Estatuto da CBA, foi feito um balanço dos últimos anos de atividades da presidência atual, apresentado um balancete e lido para os presentes, com fechamento de contas etc., sendo muito contestado pelos presidentes das federações presente na assembleia, sugerindo que gostariam que o Balancete Financeiro fosse entregue com antecedência para analise, e ficou acertado que na próxima reunião da CBA, esse balancete seja entregue com antecedência para analise dos mesmos. Após tudo isso foi apresentado a chapa única com o Sr. Jose Soares de Aragão Brito, como presidente e mantendo todos os integrantes da gestão anterior, com exceção de um dos integrantes que pediu exoneração, o Sr. Nésio Fernandes de Medeiros, de Santa Catarina.
Após toda essa discussão foi realizada a eleição que teve apenas 13 federações com direto a voto, Brasília, GO, RS, SP, SC, AM, BA, SE, RN, PI, ES, RJ, e AL. Com Chapa única eleita, a mesa fez o anuncio da Chapa vencedora, em seguida o presidente eleito fez seu discurso de posse. Logo após foi aberto para a candidatura das cidades para o congresso de 2022, com apenas uma cidade concorrente, Cidade de Engenheiro Coelho em SP, na sede da Universidade Adventista De São Paulo, (UNASP), sendo representado pelo Sr Edson Resende e o Prof. Paulo, Reitor, fazendo uma explanação das instalações e colocando toda a estrutura da (UNASP) a disposição do Congresso de 2022 e da FAAMESP.
No dia 19 de maio saímos para a visita técnica, primeiro fomos ao entreposto (Breyer Produtos Naturais), em Porto União – PR e União da Vitoria – SC, cidade dividida por uma estrada de ferro as margens do Rio Iguaçu, entreposto com uma estrutura fantástica e com uma organização exemplar, junto com os apicultores da região, e até de outros estados do Brasil, mostrando como é possível fazer apicultura racional e com muito trabalho, foi apresentado no local várias caixas iscas com rainhas novas sendo preparadas para a próxima safra.
Após rodar 280 km de Joinville ate lá, Almoçamos na cidade. Na volta passamos por Mafra SC no entreposto da família (Sommer) tradicional na apicultura catarinense, onde por ser muito tarde fomos prejudicados, pois nessa época do ano fica escuro muito cedo, mas existe lá um museu da apicultura muito interessante que vale apena ser visto, também foi mostrada uma produção de rainha, que eles fazem com bastante cuidado. Muito legal mesmo, bem amigos foi isso um pouco de que em particular vi no congresso, abraços e ate Brasília em 2020.