Artigo

EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NO CRESCIMENTO DE COLÔNIAS DE Melipona seminigra merrillae (HYMENOPTERA, APIDAE, MELIPONINAE)

Marilza Assunção de Oliveira e Davi Said Aidar

INTRODUÇÃO

A meliponicultura vem atingindo um desenvolvimento acelerado no Amazonas e no Brasil (AIDAR & ROSSINI, 2002; NOGUEIRA-NETO, 1997). Ano a ano mais produtores se iniciam na meliponicultura racional. Entretanto, é necessário que se conheça bem as modernas técnicas de manejo das abelhas para se obter um bom desempenho, como por exemplo, divisão de colônias e alimentação das abelhas com xarope de açúcar, que é essencial para acelerar o desenvolvimento de colônias iniciais ou recém-formadas (AIDAR, 1996). A alimentação artificial pode influenciar o desenvolvimento das colônias e ainda não foi realizado nenhum estudo que comprove o real efeito dessa prática na meliponicultura brasileira, ou seja, não se sabe até que ponto uma colônia submetida à alimentação se diferencia no crescimento quando comparada a uma colônia submetida ao regime natural.

Em regiões onde o número de colméias excede a capacidade de suporte oferecida pela vegetação local, a alimentação artificial pode tornar-se ferramenta fundamental na manutenção das matrizes.

É importante também, se o produtor desejar um crescimento rápido das colônias (AIDAR, 1996).

A criação de meliponíneos é uma atividade que contribui para a conservação das abelhas e de seu habitat.

Os povos indígenas foram os primeiros a domesticarem as abelhas nativas sociais (KERR, W.E. et al., 1996). As abelhas sociais pertencentes à subfamília dos Meliponinae são popularmente chamadas de abelhas sem ferrão por possuírem o ferrão atrofiado e não poderem usá-lo em sua defesa.

Para a meliponicultura na região de Manaus, a abelha uruçu-boca-de-renda (Melipona seminigra merrillae) tem algumas vantagens sobre as outras espécies de abelhas. Suas colônias apresentam crescimento precoce, são populosas, com boa produção de mel e com fácil adaptação aos diferentes ambientes quando comparadas às outras espécies criadas na região.

O estudo dessa espécie com e sem alimentação suplementar tem por finalidade verificar até que ponto a alimentação artificial causa influência no desenvolvimento das colônias; saber se essa prática acelera de forma significativa o crescimento das mesmas, e esclarecer as dúvidas existentes quanto ao período de divisão dessas colméias de acordo com o regime ao qual foram submetidas.

Foi Charles Darwin quem primeiro esclareceu cientificamente o mutualismo entre abelhas e vegetais. Na Amazônia, 60% das árvores são bissexuais e dependem de abelhas e de outros polinizadores para a sua reprodução (KERR et al., 1994). A maioria dos Meliponíneos constrói os ninhos em ocos de árvores vivas (CAMARGO, 1994). A ausência de espécies de abelhas, por desmatamento ou extrativismo, acelera a extinção de espécies vegetais importantes no ecossistema, promovendo um ciclo de desequilíbrio ecológico entre espécies. ABSY & KERR (1977) e ABSY et al.,(1984) estudaram a associação entre abelhas e vegetais nativos na região de Manaus, AM, destacando a importância das abelhas nativas na manutenção dos ecossistemas amazônicos.

KERR et al., (1987) identificou 79 espécies de plantas visitadas por Melipona compressipes fasciculata no Maranhão, enfatizando a meliponicultura migratória como sendo um possível instrumento de polinização em áreas carentes desses insetos e em processo de recuperação florística.


1.1. Estrutura do ninho e características de Melipona seminigra merrillae

A Uruçu-boca-de-renda (M. seminigra merrillae), possui em sua estrutura discos de crias sobrepostos, horizontalmente. As células mais jovens são escuras e as células mais velhas são claras, devido à remoção de cera pelas operárias conforme o desenvolvimento das larvas

(Figura 1). Um invólucro de cera envolve os favos de crias e auxilia na manutenção da temperatura das crias, que deve ser mantida a 31-34o. Os potes de alimento, pólen e mel, são dispostos na periferia do invólucro (Figura 2). As frestas da cavidade onde as abelhas nidificam e a entrada do ninho é revestida por geoprópolis, confeccionada pelas operárias mediante o uso de barro mais resinas vegetais. Esta espécie de abelha tem o nome caracterizado pela arquitetura da entrada do ninho em forma de renda circular (Figura 3). É do gênero Melipona e não apresenta célula real. A rainha virgem, um pouco menor que as operárias e mais escura, nasce de células comuns do mesmo tamanho das células de operárias e zangões.





1.2. Alimentação de meliponíneos

Para um bom desenvolvimento das colônias de meliponíneos criadas em sistema racional intensivo, existe a necessidade de uma alimentação artificial balanceada, principalmente em regiões onde as floradas são escassas. Colônias fracas ou iniciais não apresentam um número suficiente de campeiras para a coleta de néctar e pólen, necessitando de alimento extra até que se desenvolvam e sejam capazes de obter seu próprio alimento no campo (AIDAR & CAMPOS, 1994; AIDAR, 1995).

Existe uma diversidade de produtos que podem ser fornecidos na alimentação artificial. FRASER (1951) cita que um ou mais autores gregos desconhecidos, cujos trabalhos foram atribuídos a Aristóteles, já aconselhavam a dar líquidos doces às colônias de abelhas européias que estivessem com pouca comida. Na Austrália, RAYMENT (1932) escreveu que os Meliponíneos, tal como as Apis mellifera, vivem normalmente e até põem ovos quando alimentados com uma mistura de clara de ovo e açúcar. Deve ser um alimento muito bom para as abelhas, pois a clara é rica em proteínas, e o açúcar é hidrato de carbono, fonte de energia. VON IHERING (1930) usou torrões de açúcar para alimentar colônias de Meliponíneos, principalmente do grupo Trigonini (NOGUEIRA-NETO, 1997).

Há tempos, já se usava mel na alimentação artificial das abelhas européias Apis. O mel dessas abelhas também pode ser usado na alimentação artificial das colônias de Meliponíneos. Contudo, existe a possibilidade de transmitir enfermidades aos meliponíneos. Dessa forma, é mais seguro usar xarope de água com açúcar, ao invés de mel, na alimentação artificial dos Meliponíneos (NOGUEIRANETO, 1997).

As abelhas, como todos os organismos, requerem nutrientes como proteínas, carboidratos, sais minerais, vitaminas e lipídios, para um desenvolvimento orgânico normal. O néctar fornece às abelhas, os carboidratos, o pólen fornece as proteínas, os lipídios, os minerais e as vitaminas (HEBERT, 1992). Dessa forma, muitas composições de proporções diferentes de água e açúcar (NOGUEIRA-NETO, 1993), pólen, mel de meliponíneos e mel de Apis, bem como suplementos vitamínicos (KERR, 1987 e AIDAR, 1995) são citados em literatura e utilizados na criação de abelhas indígenas.

No processo de elaboração da composição dos nutrientes no alimento artificial para abelhas é importante o conhecimento das necessidades nutricionais destes insetos, bem como ter o cuidado com algumas substâncias que podem ser tóxicas, como a lactose é para as abelhas (BARKER & LEHNER, 1972b).

CAMARGO (1974) desenvolveu uma dieta semi-artificial para meliponíneos baseando- se na fermentação natural do pólen de Thypha dominguesis (tabúa), acrescentando mel e uma amostra de pólen proveniente da espécie que se deseja alimentar artificialmente. Após 30 a 40 dias o alimento está pronto para ser fornecido às abelhas. Rainhas de Melipona, recémfecundadas, confinadas com operárias que receberam apenas essa dieta semi-artificial, desenvolveram ovário e iniciaram postura normalmente, demonstrando não estarem com deficiência nutricional. O mesmo autor demonstra que a técnica pode ser utilizada também para as Scaptptrigona sp.

FERNANDES & ZUCOLOTO (1994) desenvolveram pesquisas para estudar os vários substitutos alimentares para abelhas. Dentre eles são destacados o levedo de cerveja e pólen de outras espécies de abelhas, bem como o sal comum como fonte de sódio e cloro (ZUCOLOTO 1994, AIDAR & CAMPOS, 1994 e AIDAR, 1995).

Os alimentos podem ser caracterizados como alimento protéico e alimento energético, de acordo com as suas propriedades químicas e nutricionais para o organismo.

A alimentação protéica faz-se necessária na dieta porque esta está intimamente relacionada com os processos vitais das células e conseqüentemente, do organismo e, este por sua vez, não consegue sintetizar aminoácidos complexos com rapidez e eficiência para o atendimento das necessidades orgânicas. Após a digestão das proteínas, os aminoácidos são absorvidos e utilizados pelo organismo para síntese de suas próprias proteínas encontradas em grande número e especificidade de formas. Os animais devem receber uma quantidade mínima de proteínas para atender às suas necessidades biológicas. Tão importante quanto a quantidade é a qualidade da proteína fornecida. Para a maioria das espécies de abelhas, a fonte de proteínas é exclusivamente pólen (Trigona hypogea obtém proteína por meio da digestão de tecidos de animais mortos), que deve ser de boa procedência e bem diversificado com relação à fonte floral para que as proteínas no alimento contenham também todos os aminoácidos necessários às necessidades vitais do inseto (AIDAR, 1996).

Embora o pólen possua sua importância nutricional na colméia, a falta temporária deste não é tão importante para a vida das abelhas quanto à ausência do mel (NOGUEIRANETO, 1997).

A alimentação energética, que é representada pelo néctar floral é fundamental, pois a quantidade de substâncias corporais prontas a fornecerem energia para o organismo é sempre pequena. Esta fonte imediata de energia pode ser suprida por açúcares, sendo o principal para as abelhas a sacarose, que constitui a mais importante fonte imediata de calor para o organismo, e de energia para a realização de vários processos de manutenção da temperatura da colônia, para o desenvolvimento das crias (AIDAR, 1996).

É muito mais prático dar às abelhas simplesmente água com açúcar, ao invés de misturas complexas e difíceis de fazer. A alimentação artificial com duas partes em volume de água e três partes em volume de açúcar, aproximadamente 40% de água e 60% de açúcar, oferece bons resultados. Essa proporção é equivalente a de alguns néctares. Um xarope com 50% de água e 50% de açúcar é bem aceito e deve ser preferencial para as GUARUPU (Melipona bicolor bicolor) e GUARAIPO (M. bicolor schencki). Durante a evaporação do xarope, as abelhas umedecem mais o ar da colméia. Aconselhável para o s Meliponíneos mantidos e criados no Nordeste semi-árido (NOGUEIRA-NETO, 1997). BRUENING (1990), usou esse xarope de 50% - 50% água e açúcar e obteve bons resultados.

O alimento artificial pode ser preparado de várias maneiras segundo cada autor. KERR (c.p.) utiliza o mel de Apis no meliponário K de Melipona Scutellaris Lep; localizado em Uberlândia, MG, sem ter encontrado qualquer inconveniente para as abelhas. Porém, por motivo de cautela e prevenção, o alimento artificial não deve apresentar grande quantidade de mel de abelhas africanizadas e se utilizado, deve ser de boa procedência para evitar contaminações com microorganismos nocivos. O XAROPE-A tem demonstrado excelentes resultados como suplemento energético e vitamínico para a criação da mandaçaia (Melipona quadrifasciata) (AIDAR, 1996).

Pesquisas realizadas em laboratório demonstraram que as abelhas preferem a sacarose a outros açúcares, como fonte de energia (WALLER, 1972; FRISH, 1934), além de apresentar um alto valor nutritivo para elas, dentre os açucares estudados (BARKER & LEHNER, 1972a).

A alimentação deve ser fornecida durante as revisões para avaliação das colônias, evitando a manipulação excessiva das mesmas (AIDAR, 1996).

Em época de pouca florada, o alimento natural pode se tornar escasso, e é nesse momento que a alimentação natural deve ser complementada com alimento artificial de manutenção. A alimentação artificial também pode estimular a postura das abelhas (KERR, et al., 1996).

2. OBJETIVOS

2.1. Avaliar o efeito da alimentação artificial no crescimento de colônias de Melipona seminigra merrillae;

2.2. Comparar o desenvolvimento de colônias alimentadas artificialmente com xarope de açúcar;

2.3. Medir a altura do invólucro de cria e o diâmetro dos discos de cria;

2.4. Verificar o número de favos de crias e a quantidade de células.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no meliponário do Mini- Campus da Universidade Federal do Amazonas, que teve início no mês de Agosto de 2004 com finalização no mês de Abril de 2005. Foram usadas 8 colônias iniciais de Melipona seminigra merrillae, padronizadas com 4 discos de crias, todos apresentando aproximadamente 7 cm de diâmetro e cada colônia com 10 cm de altura de invólucro, uma rainha fisogástrica e alimento. Das 8 caixas iniciais, quatro colônias foram alimentadas duas vezes por semana com 50ml de xarope, com 50% de açúcar, 50 % de água e uma pitada de sal (3gramas). Quatro foram submetidas somente à alimentação natural das floradas da reserva florestal da UFAM. As 4 colônias alimentadas foram comparadas entre si, tirando-se a média e o desvio padrão. O mesmo procedimento foi realizado com as não alimentadas com o objetivo de comparar a influência da alimentação artificial no desenvolvimento das colônias. O delineamento experimental aplicado foi com 2 tratamentos e 4 repetições, analisando- se a diferença das médias e aplicando o "teste t" . Os principais pontos avaliados foram: a altura do invólucro dos ninhos, o número dos discos de crias e o diâmetro médio dos mesmos. Usando a metodologia empregada por AIDAR (1996), foi quantificado o número de células de crias das colônias associando estes valores ao estágio de desenvolvimento das mesmas e a época em que poderiam ser divididas. Em razão de haver uma relação direta entre o diâmetro dos discos de crias e o número de células do mesmo, já que cada cm2 dos discos de crias possui 3,06 células, ao término da pesquisa, foram retirados 10 discos de crias de tamanhos diferentes, foi medido o diâmetro de cada um e em seguida, foram contados o número de células existentes em cada disco, com a finalidade de se obter o número de células exato do experimento através da fórmula:
NC = p (Dm/2)2 . Nf . 3,06
Onde, NC é correspondente ao número de células, Dm é o diâmetro médio dos discos de crias e Nf, o número médio de favos de crias. Com a obtenção do número de células, foi possível calcular a população das colônias pela fórmula:
Pop = NC + NC/2
Com esses dados obtidos, foi atribuída a nota de cada colônia de 0 a 10, de acordo com o método proposto por Aidar (1996), sendo que a nota considerada ideal para divisão é a nota 7,0. De acordo com o resultado de testes preliminares, verificou-se que uma colônia de Melipona seminigra merrillae com população média de 2170 abelhas apresenta nota 7 e acima de 3100 abelhas apresenta nota 10.

As colônias foram enumeradas e dispostas sobre cavaletes individuais (aproximadamente 1 m de altura e 1 m de distância entre eles) com esponjas embebidas de óleo queimado na parte inferior do cavalete evitando assim ataque de predadores (formigas e cupins). Foram usadas telhas de amianto sobre as colméias para proteção contra chuva e insolação.

A coleta de dados foi realizada quinzenalmente, mediante o uso de fita adesiva, para vedar as caixas e proteger as abelhas contra o ataque de forídeos e formigas; formão para abrir as caixas; faca para cortar as pilastras que fixavam o invólucro dos ninhos para evitar o derramamento de mel; fita métrica para medir a altura dos invólucros e o diâmetro dos discos de crias e utilização de um quadro padronizado para as anotações dos resultados obtidos a cada coleta.

4. Resultados e Discussões

Nas tabelas 1 e 2, constam os dados obtidos das coletas realizadas com a média e desvio padrão das medições dos números dos discos de crias, o diâmetro médio dos mesmos e altura dos invólucros das colônias, que foram analisadas até o mês de abril de 2005.

Observando os números dos discos de crias, pelas médias obtidas na Tabela 1 e no Gráfico 1, as colônias se desenvolveram gradativamente até o mês de Dezembro (4/12/ 2004), sofrendo uma queda no mesmo mês (19/12/2004), e estabilizando no mês de Janeiro (18/01/2005), o que mostra que essa variação pode estar relacionada com a adaptação das abelhas após a padronização e com as mudanças climáticas, já que a partir de dezembro iniciou o período chuvoso e sabe-se que as operárias não coletam pólen molhado, resultando na redução de postura da rainha (ZUCOLOTO, 1994; AIDAR, 1996) e conseqüentemente diminuição dos discos de crias. A recuperação da mesma no mês de janeiro, pode ter acontecido em razão do fornecimento de alimentação artificial, no período em que as coletas de materiais na mata diminuíram em função da chuva.

Quanto ao diâmetro dos discos de cria (Gráfico 2), observou- se que houve variações em praticamente todos os meses, com uma pequena estabilidade nos meses de outubro (no início do experimento após a padronização), janeiro , março e abril (período de finalização da pesquisa), o que significa que a alimentação surtiu efeito nessas colônias já que estavam sendo supridas energeticamente e iam construindo mais células de postura à medida que operárias iam nascendo, sendo que esses acontecimentos não eram proporcionais.











Em se tratando da altura do invólucro, ao analisar a tabela, observa-se que há variações no seu crescimento, mas que este fato não está relacionado com o desenvolvimento da colônia quando comparado à ascensão ou regressão do número dos discos de crias e ao diâmetro dos mesmos, já que o desenvolvimento do invólucro não é proporcional a nenhum dos dois.

Na tabela 2, quanto ao número de discos de crias, houve uma queda logo após a padronização (Gráfico 1), pois estas não estavam sendo submetidas à alimentação e logo após ocorreram variações com pequenas estabilizações nos meses de Dezembro, Janeiro, Março e Abril.

As tabelas 3 e 4 a seguir mostram o número de células e a população das colônias submetidas à alimentação e as não alimentadas durante o período da pesquisa.

Em relação ao diâmetro dos discos de cria (Gráfico 2), houve variações ao longo do período da pesquisa, estabilizando relativamente nos meses de Fevereiro e Março

Através do método proposto por Aidar (1996), cuja população está relacionada com o número de células multiplicado pelo número de discos de crias, obteve-se a nota de cada colméia, de acordo com o número de campeiras dividido por 310. Nas colméias alimentadas (Tabela 3), as colônias começaram com a nota 2,28, o que representa em sua estrutura, 4 discos de crias com aproximadamente 7,0 cm de diâmetro e um invólucro de 10cm de altura. Após um período de 60 dias, as colônias conseguiram atingir a nota 7,0 (mês de Dezembro), nota ideal para divisão (Gráfico 3), verificando-se que as outras duas notas foram alcançadas em 45 dias após este primeiro período propício para a primeira divisão (nos meses de Fevereiro e Abril).





Com relação à nota das colméias não alimentadas (Tabela 4), verificou-se que estas não conseguiram atingir a nota ideal para divisão, observando que o período em que alcançaram a maior população foi em Março com a nota 6, 12 (Gráfico 3), entretanto, não estavam aptas para a divisão, o que comprova que a ausência de alimentação artificial pode ter exercido grande influência nesse resultado.

5. CONCLUSÕES

As colônias submetidas à alimentação artificial durante o período da pesquisa (8 meses), apresentaram um desenvolvimento superior ao das submetidas somente à alimentação natural, principalmente no período em que a disposição de floradas ficou escassa em razão das mudanças climáticas (início das chuvas), pois, embora tenha havido variações no crescimento das alimentadas, estas se mostraram sempre superiores às não alimentadas com xarope artificial.





Através das medidas obtidas dos invólucros de proteção, foi observado que o crescimento dos mesmos não acompanhou de forma proporcional as variações de ambos os tratamentos, significando que a altura destes não está relacionada com o número de discos de crias e nem com o diâmetro dos mesmos, não sendo desta forma, um fator determinante no desenvolvimento da colônia.

As colônias alimentadas artificialmente apresentaram- se propícias para a divisão 60 dias após a sua formação, sendo que as colônias não alimentadas artificialmente, não alcançaram a nota ideal para a divisão durante todo o período da pesquisa.

Apesar de não ter havido diferença siginificativa entre os tratamentos, através da realização do teste F, podese verificar que o melhor tratamento sem dúvida, foi o tratamento 1, no qual as colônias, por receberem um reforço energético, apresentaram um crescimento superior às não alimentadas.

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