Para o XIII Congresso Brasileiro de Apicultura, realizado na cidade de Florianópolis/SC, preparamos 20 colônias de Meliponinae, onde dispensamos particular atenção ao grupo das Melíponas. Foram ao todo 12 Meliponas e 8 Trigonini do gênero Plebéia sps (mirins), e uma Tetragonisca angustula angustula ( jataí).

    O percurso foi feito em 4 horas de Curituba à Florianópolis, cerca de 300Km. O tempo estava bom, sol, com muito vento e temperatura de mais ou menos 25^oC. O local escolhido para deixar as abelhas foi no Centro de Convenções, à beira mar. Lá chegamos às 09:30horas, sendo que as abelhas permaneceram fechadas das 19:30horas de 12 de novembro até às 15:00 horas de 13 de novembro de 2000. Terminada a operação de instalação das colônias – 20- foram abertas, as abelhas saíram. Na ocasião, havia fortes ventos advindos do mar, que perduraram por 3 (três) dias.

    Avaliando diariamente as colônias, constatamos a pouca população de abelhas existentes em todas as colméias que continham melíponas (6 melipona q.q.; 4 melipona q.anth. e 2 melipona marginata), contratando com a significativa quantidade de abelhas existentes, por ocasião do fechamento no dia 12, na sede da APA, no bairro Portão em Curitiba – PR. Levamos para o congresso, o que tínhamos de melhor, dentre o nosso plantel.

    Inspecionando as colônias, verificamos que poucas abelhas campeiras ocupavam seus ninhos, a maioria das abelhas era de populações recém emergidas, constituindo-se numa surpresa, as campeiras tinham desaparecido.

    Observando novamente as colônias, e repensando o porque de tal situação, concluímos ao final de 4 dias que:

    1. As mandaçaias perdem a orientação de regresso à colônia por ocasião de fortes ventos, ao serem instaladas em locais onde estes ocorrem. Sejam elas melípona quadrifasciata quadrifasciata e/ou anthidioides.

    2. A nossa observação é que as melíponas não conseguem marcar trilhas de odor, ocasionando a perda das abelhas campeiras, que não retornam à colônia, responsáveis pela marcação da trilha. Da mesma forma, concluímos que fortes ventos ocasionam a perda da orientação dessas espécies.

    Quanto ao grupo Trigonini, em especial as jataís – Tetragonisca angustula angustula, as perdas foram insignificantes, revelando que as abelhas Jataí dispõem de um senso de orientação mais especializado ou sofisticado, além de possuírem população até 10 vezes maior, que as mandaçaias.Em relação as plebéias, na houve perdas significativas, também. Estas observações estão sendo emitidas para conhecimento dos criadores dos Meliponinae.