Biologia e Manejo

Tyrophagus Putrescentiae Schrank (Acari: Acaridae) em Colônias de Apis Mellifera Africanizada: Comensal ou Parasita?

TEIXEIRA, EW1; PINTO, FA2; MESSAGE, D2; ALVES, MLTMF1; SANTOS, LG1; MATIOLI, AL3
1 Pólo Regional do Vale do Paraíba/DDD/APTA, SAA-SP. PRDTA-VP, CP 07, Pindamonhangaba, SP. CEP 12400-970. erica@apta.sp.gov.br
2 Programa de Pós-Graduação em Entomologia, Departamento de Entomologia, UFV. MG.
3 INSTITUTO BIOLÓGICO/APTA, SAA, SP.

Dentre os parasitas que acometem as abelhas, várias espécies de ácaros foram reportadas, todavia existem poucos relatos de associações de ácaros do gênero Tyrophagus com estes insetos. Esse trabalho relata o primeiro registro do ácaro Tyrophagus putrescentiae Schrank (Acari: Acaridae) em colônias de A. melífera africanizada no Brasil. Tal espécie é cosmopolita e encontrada em diversos ambientes (preferencialmente com alta temperatura e umidade), alimentando-se de matérias geralmente ricas em proteínas e lipídeos e de micélios de fungos que se desenvolvem nestes substratos. Muito embora existam relatos da ação parasitária do ácaro em insetos como o mosquito Aedes aegypt, formigas "quem quem" Acromyrmex sp. e abelhas do gênero Bombus, não há consenso sobre seu tipo de relação simbiótica com esses organismos. Os ácaros foram encontrados em abundância em favos de cria e em pupas de uma colônia em colapso, no município de Rio Negrinho, SC, cuja coleta ocorreu em 06/09/2011. Além dos ácaros, tanto os favos como as pupas estavam colonizadas por fungos, ressaltando a possível relação trófica do ácaro com tais organismos. Considerando a grande diversidade de ambientes em que vivem, como solo e vegetação, os ácaros foram trazidos às colônias, possivelmente, por abelhas campeiras ao visitarem esses locais (forese). Vários organismos habitam ninhos e colônias de insetos sociais, contudo estudos para avaliar o perfil de sua relação simbiótica com o hospedeiro, sua teia trófica e possível interação com outros organismos como o fungo encontrado na colônia tornam-se necessários para avaliar os possíveis prejuízos ou benefícios gerados pelo simbionte. Estudos mais detalhados, que visem avaliar a relação de tais ácaros com A. mellifera, devem ser conduzidos, assim como levantamentos da distribuição geográfica destes acarinos associados com abelhas africanizadas no País.

Agradecimentos: Trabalho financiado pelo CNPQ, processo 578293/2008-0.

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