Artigo

BISCOITO SEQUILHO COM PÓLEN APÍCOLA

Danyllo Matos Pimentel¹, Arienilmar Araújo Lopes da Silva²,Dayane dos Santos Pereira³
¹ - Graduando em Zootecnia - UESB, Bolsista de Iniciação Científica.FAPESB (danyllomp@yahoo.com.br)
² - Professor Orientador do Mestrado em Engenharia de Alimentos - UESB (arienilmar@yahoo.com.br)
³ - Graduanda em Engenharia de Alimentos- UESB

RESUMO

Entre os produtos apícolas, o pólen se destaca por sua qualidade nutricional e propriedades terapêuticas. Portanto, a utilização de pólen em produtos alimentícios trará ganhos nutricionais, além de proporcionar sabor diferenciado ao paladar do consumidor. O objetivo desta pesquisa foi testar a aceitação de biscoito tipo sequilho contendo diferentes proporções de pólen e gerar informações tecnológicas que contribuam para a exploração do pólen por indústrias de biscoitos. A análise sensorial foi por meio de Teste de Aceitação em que 63 provadores avaliaram as três amostras de biscoito e deram notas utilizando a Escala Hedônica de nove pontos, de 1 (desgostei muitíssimo) a 9 (gostei muitíssimo). Os dados foram submetidos à Análise de Frequência e à Análise de Regressão. Obteve-se os seguintes resultados: o teor de umidade final dos biscoitos não variou significativamente com a % de pólen e foi de 3%, base úmida. Com a análise das freqüências, verificou-se índice de aceitação (soma das freqüências das notas de 6 a 9) de 100%, 85,7% e 71,4% para 0%, 1,5% e 3% de pólen respectivamente. Ajustou-se um reta y = -0,7041x + 8,3. A nota de aceitação (y) caiu com o aumento da proporção de pólen (x), variando de 8,3 (gostei muito) para o biscoito com 0% de pólen até 6,2 (gostei ligeiramente) para o biscoito com 3% de pólen. Segundo o modelo, pode-se adicionar até 0,4% de pólen sem que a nota de aceitação do biscoito caia de 8 (Gostei muito). Os resultados obtidos indicaram que a aceitação do biscoito cai com a adição de pólen, mas pode-se adicionar até 0,4% de pólen sem prejudicar a aceitação e ao mesmo tempo produzir um produto de sabor diferenciado, inovador e mais nutritivo.

INTRODUÇÃO

A apicultura brasileira tem conseguido um incremento muito grande nos últimos anos e, conseqüentemente têm-se observado um aumento na produção de mel, própolis e pólen. Esta atividade em nosso país, quase sempre, e desenvolvida como uma alternativa secundária em formações vegetais naturais em campos de formação antrópica e algumas vezes nas de culturas de maçãs, caju e citrus, (Schause, 1994). Diversificar a produção apícola com a exploração dos produtos das colméias é mais uma alternativa capaz de gerar renda e melhorar as condições de vida do homem do campo.O pólen é a principal atração para muitos polinizadores. As abelhas necessitam de pólen para seu crescimento normal, ele fornece metade das necessidades nutricionais das abelhas, sendo importante suprimento de carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais na dieta de muitos visitantes de flores. Segundo,Funari, et al. (2003), é o resultado da aglutinação do pólen das flores efetuado pelas abelhas operarias mediante néctar e suas substâncias salivares. (Dadant 1975) relatou que a utilidade do pólen apícola como um suplemento na dieta humana, tem sido abordado desde muito tempo principalmente pelos defensores de alimentos naturais. No entanto, é necessário cuidados especiais com a finalidade da obtenção da qualidade total do pólen apícola. Na alimentação humana, ele pode ser adicionado à dieta sendo adicionado em sucos, vitaminas, iogurte etc. É usada para combater o esgotamento físico e mental, hipertensão, queda de cabelos, envelhecimento precoce, nervosismo, insônia, falta de memória, arteriosclerose, menopausa, impotência sexual, infecção na próstata, atraso de crescimento.

Cientistas americanos consideram que é um alimento rico em ácido nucleico e pode estimular a produção de células, prevenindo assim a senilidade e o aparecimento de várias doenças crônicas (Silva,1994).O cientista Japonês Dr. Saiton, segundo,(Silva,1994), escreveu que "no passado", o tratamento da prostatite demorava um longo tempo devido as repetidas reincidências. O uso de preparados de pólen melhoram rapidamente os sintomas com uma eficácia de mais de 80% dos casos. A utilização do pólen por via oral é especialmente indicada para crianças e jovens em crescimento, gestantes, mães amamentando, esportistas e pessoas submetidas a situações de grandes exigências intelectual ou física e convalescentes. (Silva, 1998), informou que o pólen coletado pelas abelhas é o alimento mais completo e valioso da natureza. Hoje em dia há uma grande necessidade do ser humano em busca de melhor qualidade de vida, assim, utilizam o alimento como sendo o principal veiculo para esta obtenção. A disponibilização, no mercado de um produto alimentício contendo pólen, só tem a acrescentar e tornar-se um produto inovador.

MATERIAL E MÉTODOS

Na metodologia, utilizou-se uma formulação de biscoito sequilho contendo 39% de amido de milho, 12% de gema de ovo, 20% de manteiga, 19% de açúcar refinado, 10% de leite tipo C. Sobre a massa total da mistura desses ingredientes, calculou-se a massa de pólen a ser adicionado à mistura. O pólen de Apis mellifera foi adicionado nas proporções de 0, 1,5 e 3% p/p (três tratamentos estatísticos). Foi utilizado pólen sua forma granular natural produzido na região de Olivença - BA, cujo teor de umidade estava a 3,5% base úmida. Seguiu-se às etapas de mistura, corte, moldagem, assamento (120 C), resfriamento e embalagem. Todo esse processo foi repetido por três vezes (repetições estatísticas). As repetições por tratamento foram reunidas em amostras compostas e foram então submetidas às análises físico-química (teor de umidade) e sensorial. A umidade foi determinada em estufa a 80°C, até peso constante. A análise sensorial foi por meio de Teste de Aceitação em que 63 provadores avaliaram as três amostras de biscoito com pólen e deram notas utilizando a Escala Hedônica de nove pontos, de 1 (desgostei muitíssimo) a 9 (gostei muitíssimo). Os dados foram submetidos à Análise de Freqüência e à Análise de Regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Obteve-se os seguintes resultados: o teor de umidade final dos biscoitos não variou significativamente com a % de pólen e foi de 3 %, base úmida. Com a análise das freqüências, verificou-se índice de aceitação (soma das freqüências das notas de 6 a 9) de 100%, 85,7% e 71,4% para 0%, 1,5% e 3% de pólen respectivamente. Estes índices são bastante promissores. Segundo o modelo matemático da Figura 1, a nota de aceitação (y) caiu com o aumento da proporção de pólen (x), variando de 8,3 (gostei muito) para o biscoito com 0% de pólen até 6,2 (gostei ligeiramente) para o biscoito com 3% de pólen. Calculando-se pelo modelo, pode-se adicionar até 0,4% de pólen sem que a nota de aceitação do biscoito caia de 8 (Gostei muito). As freqüências das notas de aceitação estão detalhadas no gráfico da Figura 2. Quanto à qualidade estética dos biscoitos, verifica-se que os biscoitos contendo pólen apresentam-se salpicados de pontinhos pretos, conferindo-lhe também aspecto característico (Figura 3).


Figura 1. Aceitação sensorial de biscoito sequilho em função do seu teor de pólen.

Figura 2. Distribuição de freqüência das notas de aceitação.

Figura 3. Aspecto dos biscoitos sequilho contendo pólen.


CONCLUSÃO

Concluiu-se que a aceitação do biscoito cai com a adição de pólen, mas pode-se adicionar até 0,4% de pólen sem prejudicar a aceitação e ao mesmo tempo produzir um produto de sabor diferenciado, inovador e mais nutritivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DADANT e HIJUS. La colmena y La abeja melífera. Montevideo, Uruguay, Hemisferio Sur, 1975, 936 pág.

FUNARI,S.R.C. et al. Composições bromatologicas e mineral do pólen coletado por abelhas africanizadas (Apis Mellifera L.) Puerto Rico, v.11,n.2, p..88-93,2003

HAKIM, H. Le pollen - Aliment Médicamente. Faculté de Meédecine de Bordeaux, Paris, França. 37 p. 1994.

SCHAUSE, L.P. Coleta, preparo e comercialização do pólen. IN X Congresso Brasileiro de Apicultura, Pousada do Rio Quente, Goiás , Anais..., 356 p. p. 91-95, 1994.

SILVA, C.H.M. Novos fatores contribuindo para a longevidade humana. 119p. p.74-91, 1994.

SILVA, C.H.M. Pólen. IN: I Seminário Estadual de Apiterapia e Apiprofilaxia, Santa Maria,RS. Anais..., 23p. p.5, 1998.


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